A falência ovariana
por períodos definidos e singulares. Do nascimento a senectude, nosso corpo
manifesta uma série de transformações de peculiares a cada faixa etária e não
há como mudar o curso desses acontecimentos fisiológicos. A menopausa é a data
da cessação das menstruações e dos mecanismos orgânicos que as produziram.
Assim, em se tratando de um evento biológico de existência de todas as mulheres
não há porque ter algum receio com relação a ela.
O climatério corresponde aos anos
vividos durante esta gradativa falência ovariana, começando até os 15 anos
antes e estendendo-se até os 20 anos depois da menopausa. Sabemos que muitos
dos problemas e queixas destes anos são frutos do desconhecimento da mulher
sobre o funcionamento do seu próprio corpo e da insegurança gerada pela falta
de uma orientação profissional segura sobre o assunto. Nem sempre o que se
aprende com as amigas ou que se escuta de médicos poucos familiarizados com a menopausa
testemunho do que realmente está se passando.
Os ovários são as únicas glândulas
humanas que poderão parar de funcionar parcialmente antes da morte. A exemplo
de outras doenças endócrinas, no diabetes o pâncreas é ineficiente na produção
de insulina e no climatério os ovários deixam de fabricar hormônios. Da mesma
forma que se trata o diabético com insulina, a falência ovariana é tratada com
estrogênios. O medo infundado que algumas mulheres fomentam por ocasião da
sensação dos fluxos menstruais, pode fazer delas uma presa fácil e alvo de
atitudes terapeutas duvidosas e que não tem nenhum amparo científico.
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Por esta razão, é importante que se tome consciência destes fatos para não deixar levar por falsas promessas ou se envolver em tratamentos totalmente inúteis e ineficazes. Muitas vezes depressão,
as ondas de calor, o nervosismo e a tristeza observados podem ser de origem
puramente emocional e, mesmo na ausência da menstruação, não é fácil detectar
muita coisa além das alterações dos níveis hormonais ou condições que possam
justificar todas estas sintomatologias.
O arsenal terapêutico disponível
atualmente pode aliviar com sucesso os distúrbios do climatério e facilitar
muito o tratamento. Com o início do climatério, por volta dos 35 a 40 anos,
existe uma redução progressiva de função ovariana com o desaparecimento da
ovulação, fertilidade e, finalmente, a cessação das menstruações, isto é, a
menopausa.
É verdade que alterações
importantes nos níveis hormonais femininos acontecem neste período, mas também
é relevante ressaltar que existem mecanismos para paralelos de contenção para a
produção desses hormônios fora os ovários. Esta gênese de estrogênios fora dos
ovários (pele e fígado principalmente) a partir do colesterol pode compensar com
relativa eficácia esta queda de função ovariana. Mesmo sendo uma situação
normal praticamente todas as mulheres devem receber hormônios femininos
naturais antes e depois da menopausa, pois existem muitos benefícios e os
riscos são pequenos.
Uma abordagem realista e
tranquilizadora e um bom relacionamento entre o médico e a paciente podem fazer
aceitar a terapia de reposição com a segurança. O argumento daqueles que
defendem com veemência o uso de estrogênios depois da menopausa é baseado na
intenção de se tratar na prevenção da osteoporose e das doenças
cardiovasculares.